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Vantagens e desafios do mercado laboral e empreendedor em Portugal

Os ‘millennials’ vão representar mais de 50% da força de trabalho até 2025. As empresas terão de reinventar a sua estrutura organizacional e repensar a sua cultura.
3 Julho 2019, 09h55

Portugal parece, por fim, estar a disfrutar de uma recuperação económica após a dura crise financeira que se abateu sobre o país entre 2011 e 2014, e cumprimos com as nossas obrigações perante o Fundo Monetário Internacional – o que fez de Portugal um caso de estudo no âmbito da gestão de crises: a taxa de desemprego caiu para 6,3% e o setor do turismo tem registado um crescimento impressionante só no ano passado, o país recebeu mais de 12 milhões de turistas.

Portugal está na moda. Nos últimos anos, o país tem sido destaque em setores tão diversos como a ciência, as artes, o desporto e, mais recentemente, a inovação. Lisboa, em particular, tornou-se num epicentro tecnológico a partir do momento em que acolheu a maior convenção tecnológica do mundo – a Web Summit.

Em simultâneo, reformas governamentais foram levadas a cabo de forma a simplificar e reduzir o custo associado ao processo de criação de empresas, o que se traduziu num aumento substancial de negócios startup e consequente atração de talento tecnológico. Google, Amazon e Uber entre outras são exemplo de grandes tecnológicas que decidiram criar o seu centro de operações em Portugal.

Os motivos pelos quais Portugal parece reunir consenso:

  • A localização estratégica do país constitui um elemento facilitador de negócios, já que é o país europeu mais próximo dos fusos horários do continente americano, com três horas de diferença horária em relação ao Brasil, Argentina e Rússia e o mesmo fuso horário do Reino Unido;
  • As excelentes condições climatéricas permitem beneficiar de um clima ameno e de uma média de 2.800h de sol por ano;
  • A qualidade global das infraestruturas de telecomunicações, transporte e logística;
  • A elevada perceção de segurança coloca Portugal em 4º lugar no ranking dos 30 países com os níveis de paz mais elevados;
  • Os profissionais de áreas como desenvolvimento de software são altamente qualificados e têm competências linguísticas em Inglês, Espanhol e Francês;
  • A existência de incentivos governamentais com vista à promoção do investimento;
  • Cos custos de contratação eficientes e, geralmente, mais baixos da grande maioria dos países do mercado de nearshore.

Segundo o estudo conduzido pelo SEP (StartUp European Partnership), o interesse crescente no mercado português tem beneficiado o setor particular das Tecnologias de Informação que enfrenta atualmente um desafio associado ao desequilíbrio do rácio oferta-procura de recursos qualificados. Perante este cenário, as empresas têm repensado as suas práticas de atração e retenção de talento.

Efetivamente, as empresas têm demonstrado preocupação crescente com aspetos tão diversos como:

– a própria conceção do espaço de trabalho, tornando-o confortável, funcional e contemporâneo, com vista ao estímulo da criatividade e produtividade. A integração de áreas de lazer, descanso e de alimentação tem vindo a merecer maior atenção aquando da conceção deste tipo de projectos;

– a adoção de modelos de trabalho mais flexíveis que acabam por corresponder às expectativas das novas gerações que preferem trabalhar por objetivos, em casa ou no escritório, e que tendem a rejeitar uma cultura de presentismo e um horário das 09h às 18h00;

– a promoção de um ambiente de trabalho informal e descontraído, assim como a incorporação de práticas desportivas, aulas de ioga e meditação no local de trabalho;

– a promoção de uma cultura de meritocracia com a implementação de modelos de performance management mais ágeis; entre tantos outros exemplos.

O mundo do trabalho tal como o conhecemos está a mudar. De acordo com uma pesquisa global liderada pelo join.me, ferramenta de colaboração online da LogMeIn, estima-se que, até 2025, os millennials vão representar mais de 50% da força de trabalho, o que levará a que as empresas reinventem a sua estrutura organizacional, promovendo uma cultura empresarial mais centrada nos seus profissionais. A Employee Experience será cada vez mais o ponto central da relação sendo visíveis as iniciativas de engagement com o colaborador.

Neste contexto, torna-se cada vez mais desafiante o nosso papel enquanto People & Culture Managers sobretudo no sentido de agilizar e capacitar as pessoas, permitindo-lhes atingir o seu potencial máximo e alavancar o crescimento das organizações.

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