Verdes questionam Governo sobre deslocalização da Legrand Eléctrica

O partido ecologista Os Verdes (PEV) entregou na Assembleia da República esta segunda-feira uma pergunta onde questiona o Governo – através do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – sobre a intenção da administração da Legrand Eléctrica de deslocalizar a produção para o estrangeiro.

“A empresa Legrand Eléctrica, especialista mundial em infraestruturas elétricas e tecnologias de informação para edifícios residenciais, terciários e industriais, está em Portugal desde 1981 e tem a sua sede situada em Carcavelos, concelho de Cascais, onde, além dos serviços comerciais, tem também uma unidade de produção”, refere o PEV acrescentando que “recentemente, a administração da Legrand Eléctrica, manifestou intenção de deslocalizar a produção para o estrangeiro, ficando em Portugal apenas a vertente comercial”.

Assim, os ecologistas pretendem saber se o “Governo dispõe de informações relativamente à situação acima descrita” e “qual a posição do Governo face à intenção de deslocalização da Legrand Eléctrica, S.A. para o estrangeiro, colocando em causa dezenas de postos de trabalho, após ter recebido apoios públicos”.

O PEV também perguntou se “tem o Governo conhecimento de qual a razão para a Legrand Eléctrica, pretender deslocalizar a produção para o estrangeiro e quais os estudos que fundamentam essa intenção” e ainda sobre “que medidas já tomou o Governo, ou pondera vir a tomar, no sentido de defender a manutenção da empresa no país e garantir os postos de trabalho”.

No documento entregue pela deputada ecologista, Mariana Silva, o PEV sublinha que “esta empresa não tem tido prejuízos, aliás, isso nunca sucedeu, tendo até dado lucros de milhões de euros”. Em 2019, os resultados líquidos foram de 4,9 milhões de euros”. A Legrand Eléctrica “recebeu também, durante vários anos, milhões de euros em fundos do erário público para a manutenção dos postos de trabalho, para a modernização e para a competitividade, exigindo-se que cumpra com os princípios de responsabilidade social”, acrescentam Os Verdes.