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Volkswagen: aposta nos ‘elétricos’ pode implicar despedimentos, admite diretor-executivo

“A produção de um carro elétrico envolve 30% menos de esforço do que um que tenha combustão interna”, declarou o diretor-executivo Herbert Diess. “Isto significa que vamos precisar de fazer redução de pessoal”, realçou este responsável.
12 Março 2019, 17h26

A margem de lucro da marca alemã Volkswagen caiu para 3,8% no ano passado. Apesar da queda não ter sido considerada vertiginosa, sendo que em 2017 o valor era de 4,2%, a marca vai apostar fortemente nos veículos ‘verdes’, conhecidos pelas zero emissões, tendo já realizado um investimento, além de estar a tentar obter certificações para os carros movidos a combustível fóssil.

O investimento na mobilidade elétrica deve permitir à Volkswagen aumentar os lucros, que caíram quando surgiu o escândalo das emissões nos seus veículos em 2015. Depois da injeção de capital, a marca está a preparar o lançamento de novos veículos elétricos já em 2020 mas ainda assim planeia lançar 70 até 2028.

Apesar da marca alemã estar a perspetivar um aumento de vendas na casa dos 6% até 2022, isto implicará uma redução de postos de trabalho, segundo uma fonte oficial da alemã à Reuters. “A realidade é que a produção de um carro elétrico envolve 30% menos de esforço do que um que tenha combustão interna”, declarou o diretor-executivo Herbert Diess, “isto significa que vamos precisar de fazer redução de pessoal”.

Esta decisão surgiu depois do escândalo que custou 27 mil milhões de euros e que manchou a reputação da empresa. A Volkswagen divulgou hoje os lucros referentes a 2018, depois de no mês passado divulgar alguns números importantes. Segundo a empresa, os lucros operacionais do grupo chegaram aos 13,92 mil milhões de dólares, 0,7% acima do valor de 2017 e abaixo do valor previsto, de 14,53 mil milhões de euros.

Os fabricantes Audi e Porsche foram os que mais contribuíram para os lucros operacionais do grupo. O lucro da Audi foi de 4,7 mil milhões de euros, enquanto a Porsche contribuiu com 4,1 mil milhões de euros. A Volkswagen, por sua vez, entregou 3,2 mil milhões de euros para os lucros operacionais do grupo, assegurou o fabricante da marca.

Ainda assim, os lucros da marca dos quatro anéis ‘escorregaram’ devido à carga do diesel de 1,2 mil milhões de euros e do atraso da colocação de veículos de acordo com a norma WLTP, que exige testes de emissões mais rigorosos. “A Audi foi atingida fortemente”, garantiu Diess, “o WLTP vai continuar a ser um desafio em 2019. Ainda podem voltar a existir restrições temporárias, mas serão menos dispendiosas”

Com a aceleração da mobilidade elétrica, a Volkswagen espera construir cerca de 22 milhões de carros nas suas plataformas PPE e MEB até 2028, superando as perspetivas que apontavam para 15 milhões de veículos. É desta forma que a alemã espera que as receitas cresçam até 5%, com um retorno operacional de vendas entre 6,5% e 7,5% em 2019.

A Bentley, marca pertencente ao grupo Volkswagen, registou prejuízos operacionais de 288 milhões de euros, causados pelo atraso da produção do novo Continental GT. Estes resultados surpreenderam depois de um lucro de 55 milhões de euros em 2017.

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