Wall Street afunda 13% no dia em que Trump admitiu recessão económica

As quedas expressivas voltaram esta segunda-feira Wall Street. O Dow Jones caiu -12,93% para 20.188,5 pontos; o S&P 500 perdeu -12,07% para 2.383,7 pontos; e o Nasdaq deslizou -12,32% para 6.904,6 pontos.

O selloff volta a ser generalizado.

Donald Trump admitiu hoje que a crise do coronavírus pode durar meses e que os EUA podem entrar em recessão. Isto após a Fed ter voltado a descer as taxas de juro, desta feita num corte histórico de 100 pontos base para 0%-0,25%, e anunciado um pacote de estímulos económicos de forma a compensar a economia pelo impacto negativo do Coronavírus.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu que “ainda é impossível prever quanto tempo irá durar a crise do coronavírus, mas que pode levar meses, e que os EUA podem caminhar para uma recessão por causa disso. A pandemia pode durar até julho, agosto ou talvez até mais tarde”, disse Trump.

Ainda de acordo com Donald Trump, ainda não há planos para uma quarentena nacional, mas o governo norte-americano pode adotar a medida em alguns “pontos críticos” do país.

O analista da Mtrader (BCP) destaca os bancos norte-americanos que recuam na bolsa com os lucros ameaçados e buybacks interrompidos.

Destaque ainda para o facto de a Goldman Sachs prever a contração de 5% na economia norte-americana no 2.º trimestre. A casa de investimento prevê uma contração no 2.º trimestre de 5% no PIB norte-americano, após uma estagnação que estima para o 1.º trimestre. A Goldman também reduziu a sua previsão de crescimento para o ano, de 1,2% para 0,4%, onde esperam um crescimento de 3% e 4% no 3.º e 4.º trimestre e fortes ganhos no início de 2021.

No entanto estas provisões foram calculadas antes da Fed ter cortado a taxa de juro diretora para 0%-0,25%.

Além disso, o petróleo voltou a cair acentuadamente. O crude West Texas desvalorizou 9,83% para 28,61 dólares; e as bolsas de valores europeias entraram em colapso. Por seu lado, o índice de volatilidade VIX, conhecido como índice de medo, subiu 44%, para 83 pontos, o maior desde a crise financeira.

O dólar americano enfraqueceu contra seus principais rivais após as ações monetárias do Fed. O euro valoriza para 1.1178 dólares.