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Wall Street fecha mista em dia de subida dos juros da Fed

Os juros da Fed sobem e as ações sobem na bolsa. Isto porque o mercado já descontou quase na totalidade esta decisão do banco central que era mais do que esperada.
  • Traders work on the floor of the New York Stock Exchange (NYSE) shortly after the opening bell in New York, U.S., January 3, 2017. REUTERS/Lucas Jackson
13 Dezembro 2017, 21h01

O Dow Jones fechou em alta de 0,33% para 24.585,43 pontos; o S&P 500 que esteve em alta durante a sessão, os últimos minutos perdeu 0,05% para 2.662,85 pontos e o Nasdaq valorizou 0,20% para 6.875,8 pontos. Isto num dia em que a sessão foi marcada pela decisão da Fed de subir os juros pela terceira vez este ano. A Reserva Federal norte-americana aumentou a taxa de juro directora em 25 pontos base, tal como se antecipava. A Reserva Federal dos EUA anunciou uma subida da taxa directora em 0,25 pontos base, para um intervalo entre 1,25% e 1,50%.  Esta foi também a última reunião em que a ainda presidente Janet Yellen participou numa subida de juros, uma vez que não se espera uma medida semelhante no último encontro a que presidirá em janeiro, pois Janet Yellen sai do cargo em fevereiro.

Os juros vão subir e as ações sobem. Isto porque o mercado já descontou quase na totalidade esta decisão do banco central que era mais do que esperada.

Portanto, mais do que no aumento das taxas, a atenção do mercado concentra-se noutros aspectos. Por exemplo, nas previsões económicas dos membros do FOMC, o comité executivo que decide a política monetária. Em setembro, anteciparam um crescimento de 2,1% em 2018 e uma inflação de 1,9% no próximo ano.

Além disso, o FOMC também atualizará as suas projeções dos juros. Na estimativa anterior, os membros do banco central anteciparam três aumentos de taxas em 2018, e o mercado está a aguardar para ver se se mantêm.

Por outro lado, os operadores ainda estão na expectativa do progresso nas negociações sobre a reforma tributária. Os Republicanos do Congresso estão perto de concordar com um texto definitivo e estão a trabalhar para um horizonte de aprovação a 20 de dezembro, de modo a que Donald Trump possa ratificá-lo a 22 de dezembro.

A reforma fiscal é a principal prioridade do presidente, embora muitos analistas digam que seu impacto económico será limitado. Há quem defenda que a reforma tributária irá impulsionar a inflação, o que, por sua vez, forçará o Fed a apertar a sua política monetária mais depressa do que se espera, o que afetará a confiança do mercado e afetará os mercados de ações.
A agência de notação de crédito Fitch Ratings destaca essa tese como um dos principais receios do mercado. A redução de impostos e o maior crescimento económico gerarão “inevitavelmente um elevado risco de aperto adicional da política monetária”.

Janet Yellen disse na conferência de imprensa, acompanhada pelo Económico, que a reforma fiscal não vai ter impacto nas subidas dos juros nos EUA.
O banco central estima aumentar o ‘federal funds rate’ até 2,1% no próximo ano e 3,1% em 2020. No entanto, os cortes nos impostos não vão ter impacto no futuro porque já estão incorporados, incluindo na subida anunciada esta quarta-feira e na revisão em alta das estimativas de crescimento económico.

A Reserva Federal norte-americana vai continuar a aumentar gradualmente os juros de referência até pelo menos 2020, mas os cortes nos impostos no país apresentados por Donald Trump não vão ser um fator determinante nas decisões. Na última conferência de imprensa que liderou como presidente da Fed Janet Yellen sublinhou que a política fiscal é apenas uma das variáveis usadas para ajustar a política monetária e que as mudanças que vão ter efeito no país já foram sendo incorporadas ao longo do ano.

Nesta quarta-feira foi dia da publicação dos dados de inflação nos EUA do mês de novembro. O consenso esperava que os preços subissem 0,4% mensalmente, para 2,2%em base anual, e o valor está em linha com essa previsão. No entanto, a inflação subjacente, sem alimentos frescos ou sem energia, aumentou 0,1%, abaixo dos 0,2% esperados. Na taxa interanual, diminuiu um décimo, para 1,7%.

A nível político, os media norte-americanos destacam a vitória do candidato democrata no estado do Alabama, à frente do candidato apoiado por Trump. É a primeira vez nos últimos 25 anos que um democrata foi eleito para o Senado pelo Alabama.

Nas empresas os analistas do JPMorgan Chase aumentaram o preço alvo da Nike e isso deu um impulso às ações (3,39%) e é o segundo valor mais altista do Dow, depois da Caterpillar (+ 3,46%). Em contrapartida, a IBM caiu 1,65%, seguida da American Express (-1,53%) e da General Electric (-0,84%).

No mercado de commodities, o petróleo do West Texas cai 0,79% para 56,69 dólares após as reservas semanais de petróleo nos EUA, onde o consenso previa uma queda de 3,78 milhões de barris, mas finalmente foi de 5,11 milhões.  Em Londres o Brent caiu 1,34% para 62,49 dólares.

No mercado de câmbio, o euro subiu 0,71% para 1.1825 dólares, enquanto os futuros sobre bitcoin diminuíram 6% para 16.260 dólares.

(atualizada com o fecho da cotação)

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