As minutas da última reunião da Reserva Federal (Fed) fizeram milagres na sessão de hoje ao nível dos principais índices de Wall Street: foram recebidas com conforto pelos mercados, que interpretaram a mensagem do banco central como mais flexível e menos agressiva, o que motivou ganhos nas ações e no mercado de obrigações.
O índice Dow Jones segue a cotar nos 32.711,99 pontos, mais 591,71 pontos, ou 1,84%; o Nasdaq sobe para os 11.763,63 pontos, mais 328,89 pontos, ou 2,88%; e o S&P 500 avança para os 4.066,81 pontos, mais 88,08 pontos, ou 2,21%.
As atas da reunião de maio do Fed, divulgada na quarta-feira, mostram que a maioria das autoridades do banco central apoiou aumentos de 50 pontos base cada em junho e julho para combater a inflação, e que em setembro reavaliaria a situação.
“O Fed comprometeu-se a decidir alguns aumentos da taxa de meio ponto, e isso eliminou o risco de aperto agressivo no curto prazo”, disse Edward Moya, analista da OANDA, citado pela agência Reuters. Ficou assim afastada, pelo menos para já, a hipótese de uma intervenção mais musculada, cuja possibilidade inquietou os mercados mobiliários ao longo das últimas semanas.
Os analistas afirmam que o banco central parece ter levado em consideração esses receios e determinou que o processo de combate à inflação deve ser mais suave que aquilo que chegou a ‘ameaçar’. O comportamento do mercado de consumo interno também ajudou à decisão.
Por outro lado, dados divulgados esta quinta-feira mostraram que o número de norte-americanos que apresentaram pedidos de subsídio de desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, com o mercado de trabalho a permanecer apertado, apesar de a economia caseira ter contraído no primeiro trimestre do ano.
Mas as perspetivas para a economia continuam incertas no médio prazo, Novos dados divulgados esta quinta-feira mostram que os lucros corporativos das empresas caíram em geral no primeiro trimestre. Alguns economistas acreditam que a erosão dos lucros e a queda dos preços das ações podem forçar as empresas a interromperem as contratações ou começarem a demitir trabalhadores.
“A maior despesa para a maioria das empresas é sempre o trabalho”, recordou Christopher Rupkey, da FWDBonds, igualmente citado pela Reuters. “Empresas de tecnologia de altos voos viram os seus custos disparar, o que forçará as administrações a apertar os cintos”, começando, na sua ótica, pelos trabalhadores.
Os rendimentos do Tesouro subiram esta quinta-feira, depois que os papéis de referência a 10 anos terem atingido um mínimo de seis semanas – o que fica também a dever-se, dizem os analistas, á dissipação dos temores de uma luta serrada contra a inflação e à medida que dados macro e anúncios corporativos apontam para um crescimento económico mais lento.
“Os títulos do Tesouro de 10 anos estavam quase em 3% e recuaram”, disse Clark Kendall, da Kendall Capital. “Isso é uma indicação de que o mercado sente que a Fed está a lidar com o problema da inflação”.
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