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Wall Street: temores de recessão atiram índices para o vermelho

Com as consultoras a tentarem perceber o grau de probabilidades de a economia norte-americana entrar em recessão, os investidores começam a procurar cada vez mais outro tipo de ativos, mas seguros para os tempos que se avizinham.
19 Maio 2022, 20h06

Os principais índices norte-americanos derraparam mais uma vez esta quinta-feira, face ao impacto dos novos sinais de desaceleração do crescimento, o que, segundo os analistas, levou os investidores a vender ações e se mudar para ativos seguros, como a dívida pública e o franco suíço e o ouro.

O Dow Jones Industrial Average segue a cair para os 31.288,06 pontos, menos 202,01 pontos, ou menos 0,64%; o S&P 500 perde para os 3.906,33 pontos, menos 17,35 pontos, ou menos 0,44%; e o Nasdaq Composite derrapa para 11.407,89 pontos, menos 10,26 pontos, ou menos 0,09%.

Nem todos os índices estiveram o dia a cair, mas no final da sessão os mais importantes não conseguiram manter-se no verde – neste momento estão todos no vermelho.

Em termos gerais, os problemas da cadeia de fornecimentos continuaram a alimentar as preocupações com a inflação – e a inflação resulta em preocupações com o crescimento. Neste quadro, as tecnológicas como a Cisco Systems, que no passado chegaram a constituir papéis de refúgio, são neste momento muito voláteis, refere um analista da agência Reuters.

Os dados mostraram que a produção industrial em algumas regiões dos Estados Unidos estão a desacelerar mais do que o esperado ao longo deste mês de maio, com as perspetivas de negócios para os próximos seis meses a serem ainda as fracas em 13 anos, adiantou a Reserva Federal norte-americana.

“Provavelmente, ainda há medo suficiente entre os investidores para se verem mais algumas descidas”, disse Michael James, da Wedbush Securities, citado pela Reuters. “Mas acho que estamos a começar a chegar a um ponto em que os preços parecem mais alinhados com as condições económicas. Podemos passar de um pessimismo esmagador para começar a procurar, esperançosamente, algumas mudanças nos problemas que estamos a enfrentar”, afirmou ainda, num sinal de esperança que, pelo menos esta quinta-feira, não contagiou os mercados.

A Goldman Sachs prevê uma probabilidade de 35% de os Estados Unidos entrarem em recessão nos próximos dois anos, enquanto a Morgan Stanley é mais positiva, ficando-se pelos 25% para os próximos 12 meses. Adiante se verá quem tem razão, mas o certo é que os preços da energia e particularmente do gás natural atingiram o seu nível mais alto em mais de um ano em algumas regiões dos Estados Unidos.

 

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