O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, sublinhou a vontade e disponibilidade para criar um canal direto, cujo propósito é conversar com o homólogo russo, Vladimir Putin. No entanto, Zelenskiy referiu que a conversa pressupõe a retirada da Rússia da Ucrânia como ponto de partida.
Em entrevista à televisão italiana “RAI 1”, o presidente ucraniano afirmou que “como presidente, estou pronto para falar com Putin, mas apenas com ele. Sem nenhum dos seus intermediários. E no âmbito do diálogo, não de ultimatos”.
Ucrânia e Rússia não mantêm conversações de paz presenciais desde 29 de março. O principal negociador russo, Vladimir Medinsky, foi citado pela “Interfax” na segunda-feira a dizer que as negociações de paz estavam a realizar-se remotamente.
Putin disse ao chanceler alemão Olaf Scholz por telefone esta sexta-feira, 13 de maio, que o progresso nas negociações sobre o fim do conflito foram “essencialmente bloqueado por Kiev”. Por sua vez, a Ucrânia culpa a Rússia pela falta de progresso nas conversações para o alcance da paz.
Nos comentários públicos sobre as perspetivas de negociações de paz, Zelenskiy apontou que a Ucrânia não comprometerá a sua integridade territorial. O presidente ucraniano descartou sugestões, as quais atribuiu ao governo francês, de que a Ucrânia deveria fazer concessões para garantir um acordo de paz que permitiria a Putin “salvar a face”.
“Saiam deste território que ocupam desde 24 de fevereiro. Esse é o primeiro passo para falar sobre qualquer coisa”, afirmou Zelenskiy.
As forças russas assumiram o controlo da cidade de Mariupol, no sul, mas estão a lutar para avançar no norte e no leste da Ucrânia após abandonarem o assalte a a Kiev.
A Rússia também controla a península da Crimeia, que conquistou e anexou em 2014, e separatistas apoiados pela Rússia declararam “repúblicas populares” em áreas que controlam em duas províncias da região de Donbas, no leste da Ucrânia.
Zelenskiy disse que Kiev se ofereceu para manter a Crimeia fora das negociações por enquanto se isso complicasse os esforços para acabar com a guerra ou tornasse as negociações entre ele e Putin mais complicadas. Mas acrescentou: “Nunca reconheceremos a Crimeia como parte da Federação Russa”.
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