Depois das dúvidas levantadas por Lisboa, António Costa acabou por apoiar a adesão de Kiev.
O presidente ucraniano agradeceu esta terça-feira a Portugal o apoio dado à candidatura da Ucrânia à União Europeia.
“Tive uma conversa com o primeiro-ministro António Costa. Agradeci o apoio dado por conceder à Ucrânia o estatuto de candidato de adesão à UE. Combinámos em usar a experiência de Portugal na nossa aproximação à UE”, anunciou hoje Volodymir Zelensky nas redes sociais.
Apesar do aval dado agora por Lisboa, há uma semana o disco tocava outra música. António Costa disse então que a União Europeia poderia criar “falsas expetativas” com o processo de candidatura da Ucrânia ao bloco, devendo canalizar os esforços para um auxílio direto e imediato a Kiev.
“O meu foco é construir uma plataforma a longo prazo para apoiar a recuperação da Ucrânia”, afirmou o primeiro-ministro a 14 de junho entrevistado pelo “Financial Times”.
O chefe do Executivo português alertava então que Kiev ia esperar muitos anos para aderir ao bloco comunitário.
“Para este apoio claro e imediato, não precisamos de abrir neste momento uma negociação ou procedimento que levará muitos anos – [Emmanuel] Macron diz décadas, eu não digo décadas – mas certamente muito tempo. O grande risco é criar falsas expectativas que se tornam uma amarga desilusão. Menos debates jurídicos, mais soluções práticas”, explicou na altura.
