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50 empresas assinam pacto para “mais e melhores empregos” para jovens

Depois da apresentação do Livro Branco Mais e Melhores Empregos para os Jovens, 50 empresas vão agora assinar um pacto com vista a melhorar as oportunidades oferecidas aos trabalhadores até aos 29 anos.
19 Janeiro 2023, 00h00

Meia centena de empresas portuguesas vão assinar esta quinta-feira um pacto com vista a que os trabalhadores jovens tenham à sua disposição “mais e melhores empregos”. Até 2026, as signatárias – entre as quais, estão, por exemplo, a Altice Portugal, a Altri, a Galp, o Santander e a Farfetch – comprometem-se, assim, a contratar e a reter mais jovens, garantindo-lhes “emprego de qualidade”, mas também formação.

Promovida pela Fundação José Neves e pelo Governo, esta iniciativa acontece no âmbito do Livro Branco Mais e Melhores Empregos para os Jovens, e abrange, nesta primeira fase, 50 empresas com faturação superior a 55 mil milhões de euros e que dão emprego a mais de 200 mil pessoas.

O objetivo é que, após a assinatura inicial, que acontecerá esta quinta-feira, dia 19 de janeiro, pelas 14h30, em Lisboa, o número de empresas signatárias vá crescendo, transformando-se esta iniciativa “num movimento nacional”, é explicado em comunicado. Aliás, os empregadores que estejam interessados em juntar-se a este compromisso podem já expressar a sua vontade de aderir nomeadamente no site da Fundação José Neves.

Para já, as empresas que vão assinar o pacto esta tarde reconhecem “a urgência em atuar de forma estratégica e em unir esforços no sentido de promover o emprego dos jovens e de criar condições de emprego mais atrativas para estes, alinhadas com as expetativas individuais e nacionais.”

Por isso, comprometem-se a atingir uma série de metas até 2026, nomeadamente contratar mais jovens e reter esses trabalhadores, mas também “formar, desenvolver e dar voz aos jovens”. De notar, contudo, que essas metas são diferenciadas em função do “progresso potencial de cada empresa”. Ou seja, o progresso esperado não é o mesmo para os 50 empregadores. Antes, pode variar entre três pontos percentuais e 12 pontos percentuais nos vários indicadores, é detalhado.

Da parte do Governo, neste âmbito, a secretaria de Estado do Trabalho propõe reforçar as políticas ativas do emprego, como o apoio à criação de emprego e à transição dos jovens para o mercado de trabalho, além de implementar políticas de formação e qualificação.

E para monitorizar e analisar o trabalho feito neste âmbito estão previstas reuniões semestrais, com a presença do Presidente da República, do Governo e das empresas.

“É um acordo muito importante para o país, que une as empresas e entidades públicas para responder a uma realidade com que o país se debate há demasiados anos: a vulnerabilidade do emprego dos jovens, mesmo dos mais qualificados, que tendem a estar mais expostos ao desemprego e a ter salários baixos, e com uma fraca evolução em termos reais na última década. Esperamos ainda que muitas mais empresas se juntem”, sublinha Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves.

De notar que este pacto surge na sequência do lançamento do Livro Branco em dezembro de 2022, documento faz um diagnóstico sobre o emprego dos jovens em Portugal.

Conforme escreveu o Jornal Económico, nesse livro, observa-se, por exemplo, que os jovens estão hoje numa posição particularmente frágil no mercado de trabalho, já que desde 2015 que o desemprego entre estes indivíduos é mais do dobro da taxa geral, e as oportunidades que estão disponíveis tendem a ser mais precárias e associadas a salários baixos.

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