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Açores. PCP acusa novo Governo regional de estar unido pelo “reacionarismo e oportunismo”

Os comunistas consideram que a frente política de direita que inclui a “extrema-direita” nos Açores é “particularmente preocupante” e que a inclusão do Chega na nova solução governativa é “um facto inquietante quanto ao futuro da vida política regional”.
10 Novembro 2020, 11h34

O Partido Comunista Português (PCP) considera que a frente política de direita que inclui a “extrema-direita” nos Açores é “particularmente preocupante”. Os comunistas entendem que o novo Governo Regional está unido “pelo reacionarismo e oportunismo” e que a inclusão do Chega na nova solução governativa à direita nos Açores é “um facto inquietante quanto ao futuro da vida política regional”.

“Sem ilusões sobre o que representaria a governação do PS, agravada ainda pela ausência de representação parlamentar do PCP, a formação de um governo que associa numa frente política reacionária não só a direita, mas também a extrema-direita, é particularmente preocupante”, defende o PCP, em comunicado.

Em causa está o acordo conseguido entre o Partido Social Democrata (PSD), o CDS-PP e o Partido Popular Monárquico (PPM) para formar Governo na região autónoma, que vai contar com o apoio parlamentar dos dois deputados do Chega e do deputado do Iniciativa Liberal. A solução governativa foi aprovada pelo Representante da República nos Açores, Pedro Catarino, que indigitou este sábado o líder regional social-democrata José Manuel Bolieiro enquanto próximo presidente do Governo Regional.

O PCP considera que o surgimento deste novo quadro político institucional “não é separável da governação do PS, da ausência de resposta aos problemas regionais e da arrogância no exercício do poder” nos últimos 24 anos. “Foi a sua política que abriu espaço a aproveitamentos por parte de quem escondeu os seus verdadeiros projetos e explorou demagogicamente a acumulação de problemas não resolvidos”, defende.

Os comunistas alertam ainda que o novo Governo Regional “representa um facto inquietante quanto ao futuro da vida política regional, e em particular no que diz respeito aos direitos, interesses e aspirações dos trabalhadores açorianos” e “a concretização de uma agenda baseada na intensificação da exploração, no empobrecimento, na liquidação de direitos e no ataque à vida democrática da região”.

Com apenas 1,68% dos votos, a Coligação Democrática Unitária (CDU) perdeu o único deputado que tinha no Parlamento regional. Nas anteriores regionais, em 2016, a CDU (coligação PCP/PEV) obteve 2,6%, conseguindo eleger um deputado regional, João Paulo Corvelo, pelo círculo das Flores.

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