Alexandra Reis não tem “cargo de chefia” no grupo Barraqueiro

Alexandra Reis não foi contratada para um cargo de chefia no grupo Barraqueiro, mas sim para prestar um serviço de outsourcing. Quem o diz é um dos administradores do grupo de transportes, o também ex-presidente da Comissão de Vencimentos da TAP, Luís Cabaço Martins, que é ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à companhia aérea.

O administrador, que esteve envolvido na TAP durante o período de gestão privada pelo consórcio Atlantic Gateway, diz não conhecer, nem nunca ter conhecido a engenheira e ex-administradora da companhia. O consórcio que serviu, recorde-se, foi constituído pelo empresário americano David Neeleman e pelo empresário português Humberto Pedrosa, que detém o grupo Barraqueiro.

Quando, esta terça-feira, Cabaço Martins disse na CPI que não conhece a ex-secretária de Estado do Tesouro, o deputado do Chega Filipe Melo questionou: “Nem por partilharem quadros ou chefias de topo no mesmo grupo empresarial?”

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O deputado referia-se às várias notícias veiculadas nos últimos dias sobre a contratação da ex-administradora para o grupo português, mas um comunicado do mesmo grupo já divulgado esclarece que a administradora prestará funções de consultoria, um tipo de serviço frequentemente prestado de forma irregular ou temporária e, portanto, nem sempre ao abrigo de um contrato de trabalho, mas sim de um contrato de prestação de serviços.

Cabaço Martins esclarece que não partilha funções com Alexandra Reis em nenhuma das várias empresas que gere, direta ou indiretamente — como é o caso da Fertagus ou da Metro do Porto.

Sobre essa nomeação de Alexandra Reis para a chefia do grupo Barraqueiro, o administrador do grupo esclarece o deputado do Chega: “Isso não é correto. Posso confirmar é que há uma contrato de colaboração de outsourcing para a realização de um trabalho”, esclarece, referindo que o projeto em si está na área de compras (procurement), que era a especialidade de Alexandra Reis na TAP.

Na sua audição, Humberto Pedrosa já tinha tecido fortes elogios às competências profissionais da ex-administradora da TAP, que foi contratada pelo seu filho, David Pedrosa, durante o período de gestão privada da companhia aérea.

O atual administrador esclarece ainda que mantém uma relação profissional com Humberto Pedrosa e/ou com as empresas por ele detidas desde dezembro de 1993, aquando da privatização da Rodoviária Nacional, para a qual trabalhava.