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Bruno de Carvalho recebe nota de culpa com proposta de expulsão do Sporting

A Comissão de Fiscalização do Sporting enviou esta tarde a Bruno de Carvalho uma nova participação disciplinar contra o presidente destituído. A nota de culpa, que propõe a expulsão, chegou por email e acusa-o de várias infrações disciplinares tomadas durante a assembleia geral de dia 23 de junho e da ida a Alvalade a 17 de agosto, invocando estar na posse de uma sentença judicial que lhe conferia a qualidade de presidente da SAD e do clube. O antigo presidente dos ‘leões’ tentou bloquear as contas no Montepio e o ex-vice mantém estádio como morada profissional.
  • Cristina Bernardo
23 Agosto 2018, 18h19

Bruno de Carvalho pode ser expulso do Sporting Clube de Portugal (SCP) na sequência de duas novas participações disciplinares subscritas por sócios do clube ‘verde e branco’. A nota de culpa chegou por e-mail ao presidente destituído na tarde desta quinta-feira, 23 de agosto, acusando-o de várias infrações disciplinares, como: a “obstaculização” da assembleia geral (AG) de dia 23 de junho; a entrada na mesma por local que lhe estava vedado; a permanência em área que não lhe era permitida e a publicação de posts em redes sociais com conteúdos ofensivos. A ida de Bruno de Carvalho a Alvalade a 17 de agosto, onde se apresentou como presidente, e o pedido de bloqueio de contas bancárias junto do Montepio também constam do novo processo.

Bruno de Carvalho responde, assim, a mais um processo onde, agora, já é pedida a pena máxima. De acordo com a nota de culpa a que o Jornal Económico teve acesso, a Comissão de Fiscalização deliberou por unanimidade que os factos que constam das participações disciplinares (uma subscrita por um grupo de 10 sócios contra os anteriores sete membros da comissão executiva do clube e outra subscrita por 11 sócios apenas dirigida contra Bruno de Carvalho) representam “infrações disciplinares graves”.

“Atenta a gravidade dos factos, provando-se os factos invocados poderá vir a ser aplicada uma sanção não inferior à suspensão da condição de sócio”, lê-se na participação disciplinar que anexa a nota de culpa onde se assinala como factos a “obstaculização da assembleia geral do dia 23 de junho”, exemplificando aqui que na véspera o então conselho diretivo instruiu o advogado do Sporting Miguel Pereira Coutinho para que este se deslocasse e retirasse do Altice Arena os funcionários que se encontravam incumbidos de preparar a logística da referida AG. Sobre a AG é ainda argumentada a “violação da suspensão preventiva”, que tomaram conhecimento a 14 de junho, data após a qual os visados “mantiveram-se nas instalações do Clube e dando ordens aos seus funcionários”.

Mais, avança a nota de culpa, “impossibilitaram o acesso às instalações do clube dos membros dos órgãos nomeados, o que se manteve até 24 de junho”. Na mira deste novo processo estão ainda os factos ocorridos na AG de 23 de junho, tendo os visados acedido ao seu interior por zona que, fruto da suspensão preventiva, lhes estava vedada. É ainda assinalado que permaneceram numa área junto ao palco para a qual não tinham acesso autorizado, bem como o facto de Bruno de Carvalho, conjuntamente com Trindade Barros, ter incentivado os sócios a ficar contra elementos da MAG, e ainda as publicações no Facebook no dia da AG e seguintes com conteúdos ofensivos.

Tentativa de bloqueio de contas no Montepio

Neste novo processo disciplinar, a Comissão de Fiscalização apresenta ainda como novos factos o acesso às instalações do clube por Bruno de Carvalho a 17 de agosto, apesar de estar proibido a fazê-lo. Sobre os comportamentos ocorridos na semana passada é realçado que o presidente destituído invocou estar na posse de uma sentença judicial que lhe conferia a qualidade de presidente da SAD e do clube.

Uma atuação com base em documentos que não configuravam uma decisão judicial e que, frisa a nota de culpa, o advogado de Bruno de Carvalho “não poderia desconhecer” que o registo da providência cautelar contra a AG de destituição não tinha tal efeito útil. No processo disciplinar consta ainda que, no mesmo dia, foi seguido de outro comportamento apontando como “usurpação de funções” quando  o presidente destituído e Alexandre Godinho remeteram um email ao Montepio Geral, na qualidade de presidente do Sporting e de vogal do conselho directivo, a pedir que as contas bancárias do Clube e da SAD fossem bloqueadas.

Vice destituído mantém estádio como morada profissional

A nota de culpa apresenta ainda um facto novo: Alexandre Gaspar Godinho, vice-presidente do conselho directivo e advogado, mantém o domicílio profissional nas instalações do clube ‘verde e branco’, tendo apresentado “acções em tribunais, demandando o SCP, fornecendo os mesmos endereços, isto é, mantendo como morada profissional a do estádio”.

A Comissão de Fiscalização avança aqui que Alexandre Godinho foi questionado sobre a necessária autorização para fornecer o endereço do Sporting como morada profissional, e “nada respondeu”. A pena de expulsão pode ainda ser contestada. Nesse caso, o recurso tem efeitos suspensivos.

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