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CEO da Moderna garante que até junho de 2021 todos os norte-americanos poderão estar vacinados contra Covid-19

O país que soma atualmente o maior número de casos confirmados e mortes por Covid-19 poderá ter toda a sua população vacinada até junho de 2021, no pior cenário possível. Primeiras 50 milhões de doses chegam aos EUA ainda este ano.
16 Novembro 2020, 13h58

O CEO da farmacêutica Moderna garante que até junho de 2021, num cenário mais pessimista, todos os norte-americanos que queiram, poderão ser vacinados contra a Covid-19 pela vacina que revela agora ter 95% de eficácia.

De acordo com a notícia avançada pelo “Business Insider”, este domingo, Stephane Bancel prevê que até 31 de maio de 2021, dia em que se celebra nos Estados Unidos o feriado Memorial Day, “qualquer pessoa que queira, será vacinada com uma vacina segura e eficaz”, esclarecendo que a previsão é feita com base na capacidade de produção e distribuição da Pfizer-BioNTech e da Moderna.

“Mesmo que mais nenhuma vacina esteja a ser desenvolvida, no pior cenário possível, até ao final de junho de 2021, qualquer norte-americano que queira, poderá pôr as mãos numa vacina [contra a Covid-19]”, garantiu, abrindo caminho para que a população possa regressar “ao normal” já no próximo verão.

Até ao final do ano, a Moderna espera ter produzido 20 milhões de doses prontas para serem distribuídas nos EUA. O resto do mundo terá que aguardar até 2021 para receber 500 milhões de doses, com possibilidade de produzir o dobro disso, dependendo da disponibilidade de certos materiais necessários ao processo de produção. Desse universo, a União Europeia deverá receber 160 milhões.

A previsão contraria a do epidemiologista e conselheiro da administração de Donald Trump, Anthony Fauci, que antecipa que o programa de vacinação nacional no país arranque já em abril de 2021, garantindo que a partir do segundo trimestre do próximo ano, os norte-americanos dispostos a ser vacinados, poderão regressar “à normalidade”.

Embora a vacina só tenha ainda sido testada em adultos, a empresa de biotecnologia espera expandir os testes entre adolescentes para comprovar a sua eficácia. Bancel espera que com o arranque destes testes, os jovens dessa faixa etária possam ser vacinados no próximo verão, entre julho e agosto.

“O regresso às aulas em setembro de 2021 será normal. As famílias podem ir às compras de material e voltar às escolas sem máscara. Voltar àquilo que eram as suas vidas normais”, explicou ao “Business Insider”.

Segundo a “BBC”, para os ensaios foram testadas 30 mil pessoas tendo metade recebeu duas doses da vacina com quatro semanas de intervalo. Deste universo, um total de 95 pessoas desenvolveram sintomas da Covid-19. Destas, apenas cinco tinham sido imunizadas, 90 tinham recebido um placebo, segundo a biotecnológica. Assim, a eficácia dos resultados foi de 94,5%. Das 11 pessoas que registaram sintomas graves para a doença, nenhuma tinha sido vacinada.

A Moderna utiliza a tecnologia RNA, uma parte do código genético do vírus que é inoculado no corpo humano e que começa a recolocar cópias da proteína viral mas sem a capacidade de produzir o vírus. Este método provoca uma reação do sistema imunitário que vai produzir anti corpos para o coronavírus.

Os fabricantes garantiram que não foram detetados efeitos adversos graves entre os voluntários. “Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade. Estes primeiros resultados da terceira fase do ensaio clínico da vacina contra a covid-19 fornecem uma evidência inicial da capacidade da nossa vacina para prevenir” a doença, garante o presidente da Pfizer, Albert Bourla, ao jornal britânico “The Guardian”.

 

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