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Costa. “Obviamente foi cometido um erro grave”, mas foi corrigido e é altura de “seguir em frente”

“Já foi revogado o despacho e sabemos que temos de trabalhar com a oposição com o objetivo de encontrar uma solução sólida do ponto de vista político, técnico, ambiental e económico”, declarou, desvalorizando o modo como o erro foi cometido. “A confiança está totalmente restabelecida” em Pedro Nuno Santos.
30 Junho 2022, 17h06

O primeiro-ministro, António Costa, disse esta tarde que “obviamente foi cometido um erro grave” sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa, mas que “foi prontamente corrigido” e a “orientação do governo restabelecida”. Sobre Pedro Nuno Santos, garante que a “confiança está totalmente restabelecida”.

“A orientação do governo é de que o país precisa urgentemente de aumentar a capacidade aeroportuária na região de Lisboa, de que é uma decisão que se arrasta há muitas décadas e que exige um amplo consenso nacional, que exige um dialogo com a oposição”, nomeadamente o presidente do PSD, pelo que vai aguardar pelo congresso que vai acontecer no fim de semana, que vai marcar o inicio das funções do novo líder, Luís Montenegro.

Costa disse que este processo deve ser acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que o governo quer mantê-lo “informado sobre a política externa e interna do país”. Nesta linha, Costa confirma que tem falado, desde ontem, com Marcelo sobre este tema em nome de uma “unidade nacional” e alinhamento de instituições.

“O ministro [Pedro Nuno Santos] já assumiu o seu erro, está corrigido, é seguir em frente”, resumiu. Costa considera que mais importante do que o modo como se errou é saber que já se encontraram soluções: “Já foi revogado o despacho e sabemos que temos de trabalhar com a oposição com o objetivo de encontrar uma solução sólida do ponto de vista político, técnico, ambiental e económico”, declarou.

Questionado sobre a conversa com o titular da pasta das Infraestruturas, o primeiro-ministro apelidou-a de “franca e esclarecedora” com um colega com quem trabalha há sete anos e conhece há ainda mais tempo. “Tenho a certeza que não agiu de má fé e compreendeu bem o erro que cometeu. Teve humildade de o assumir publicamente e de o corrigir. A confiança está totalmente restabelecida. E espero que não aconteçam mais erros”, disse.

Pedro Nuno Santos tinha anunciado mais cedo que fica no Governo mesmo depois de ter entrado em rota de colisão com António Costa. Vários partidos da oposição já pediram a demissão do ministro depois de ter aprovado um despacho que foi cancelado por António Costa menos de 24 horas depois.

“Queria lamentar toda esta situação. Criada fruto de erros de comunicação dentro do Governo, fruto da minha responsabilidade. Queria assumir perante os meus colegas de Governo, do primeiro-ministro e do Presidente da Republica. Estas falhas tiveram consequências e causaram esta situação. Falhas pelas quais me penalizo profundamente”, começou por dizer.

“Tínhamos um objetivo definido com o primeiro-ministro” de “procura ativa de consenso”, mas que falhou, assumiu. “Falha relevante que assumo, mas não mancha o trabalho já longo com o primeiro-ministro, uma caminhada longa”, afirmou, recordando os anos da geringonça e a maioria absoluta obtida nas últimas eleições.

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