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Lucros dos CTT cresceram 35,8% para 29,2 milhões em 2019

Resultado líquido registado pelos CTT fica abaixo da estimativa média dos analistas que acompanham a empresa, mas confirma a inversão da tendência de abrandamento nos resultados verificada em 2018. Empresa disse que resultado reflete “aumento dos resultados operacionais”. João Bento vai propor um dividendo de 0,11 euros aos acionistas, apenas um cêntimo acima ao dividendo de 2018.
  • João Bento, presidente executivo dos CTT
16 Março 2020, 17h08

Os CTT – Correios de Portugal fecharam o ano 2019 com um lucro de 29,2 milhões de euros, valor que representa um crescimento de 35,8% face a 2018, foi esta segunda-feira anunciado. O resultado líquido da operadora postal confirmou a inversão do abrandamento registado em 2018, apesar de o ganho ter ficado abaixo da estimativa média dos analistas. Em comunicado, a empresa liderada por João Bento garantiu que o lucro registado é “resultado do aumento dos resultados operacionais”.

Com este resultado, João Bento irá propor aos acionistas um dividendo de 0,11 euros, um valor muito abaixo da estimativa média do consenso de analistas (0,25 euros), e apenas um cêntimo acima da remuneração acionista de 2018, de acordo com as contas anuais veiculadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM),

O EBITDA (lucro antes de juros impostos, depreciação e amortizações) dos Correios ficou em linha com o previsto. O indicador aumentou 12,2%, para 101,5 milhões de euros, “sobretudo devido ao crescimento orgânico e inorgânico do Banco CTT e também dos serviços financeiros”.

A grande conquista da operadora postal foram os números verificados quanto aos rendimentos operacionais. Em 2019, os CTT registaram um crescimento de 4,6%, para 740,3 milhões de euros, nos ganhos operacionais. O valor ficou acima das previsões dos analistas, beneficiando do “forte crescimento no quarto trimestre de 2019”, época em que os rendimentos operacionais da empresa cresceram 9,6%, para 200,7 milhões de euros.

“[Estes resultados] confirmam que os CTT estão a seguir a estratégia acertada, diversificando as áreas de negócio e sem perder de vista o correio tradicional. 2019 foi um ano de transição, com um novo impulso e um novo rumo para os CTT, que resultou num aumento do resultado líquido. Os principais indicadores económico-financeiros mostram um crescimento sólido, a 321 Crédito está a dar um importante contributo para os resultados do Banco CTT e acreditamos que teremos bons resultados com as alterações implementadas em Espanha. […] O plano de reabertura de lojas está em curso e vamos continuar a investir na melhoria da nossa operação e na implementação do Plano de Modernização e Investimento.”. Presidente executivo dos CTT, João Bento

Nos ganhos operacionais, os dados divulgados apontam que o segmento do ‘Correio, Outros e Ajustamentos’ caiu 2,1%, para 484,6 milhões de euros, quando comparado com o ano de 2018. A redução resultou “fundamentalmente do efeito conjugado da queda dos rendimentos do correio endereçado (-2,1%) e da filatelia (-17,3%), atenuado pelo forte crescimento dos rendimentos do correio internacional de chegada (+20,4%) e do correio internacional de saída (+9,3%) que foi influenciado positivamente pelos envios associados ao processo das eleições legislativas no terceiro trimestre de 2019”.

Na área ‘Expresso & Encomendas’ os rendimentos operacionais atingiram os 152,4 milhões de euros, mais 2,4% do que em 2018.  Já os rendimentos do Banco CTT atingiram 62,9 milhões de euros em 2019, um crescimento de 87,2% face ao ano anterior. “Para estes rendimentos contribuíram 21 milhões de euros da 321 Crédito, adquirida em maio de 2019”, salientou a empresa. Se a aquisição da 321 Crédito fosse excluída, os ganhos do Banco CTT ascenderiam somente a 41,9 milhões de euros, valor apenas 24,5% do verificado em 2018.

Já os ganhos no segmento ‘Serviços Financeiros’ cresceram 27,2%, para 34,1 milhões de euros.

A administração de João Bento fechou 2019 também com um aumento de 3,4% dos gastos operacionais, para 638,8 milhões de euros, face ao período homólogo de 2018. Aqui, também a 321 Crédito teve impacto, nomeadamente um agravamento de 7,8 milhões de euros. Excluindo a 321 Crédito, os gastos operacionais totalizariam 631,0 milhões de euros (+2,2%).

O investimento situou-se em 45,4 milhões de euros, mais 48,2% do que o realizado em 2018, “refletindo a implementação do Plano de Modernização e Investimento que irá potenciar a instalação de novas e mais eficientes máquinas de separação e a crescente entrada em funcionamento de plataformas multiproduto que permitirão consolidar as sinergias operacionais de um operador integrado”.

O ano de 2019 foi um ano polémico para a empresa. As contas anuais são o espelho dos obstáculos que duas equipas gestoras diferentes tiveram de enfrentar e são, a nove meses de terminar o contrato de concessão do serviço universal postal, um balanço à “saúde” da empresa.

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