O Conselho Nacional do CDS, reunido este sábado, 6 de fevereiro, por videoconferência para discutir e votar uma moção de confiança à comissão política nacional, apresentada por Francisco Rodrigues dos Santos, terminou já os ponteiros do relógio passavam as 4 horas desta madrugada, com a vitória do presidente do partido: dos 265 votantes, 144 decidiram renovar a confiança na direção, 113 votaram contra e oito conselheiros nacionais optaram pela abstenção.
Os dados oficiais divulgados pela Mesa do Conselho Nacional revelam que, em termos ponderados, 54,4% dos votos foram a favor da manutenção de Rodrigues dos Santos ao leme do partido, 42,6% visaram a queda da direção e 3% não foram num sentido nem noutro.
Rodrigues dos Santos disse, no rescaldo da vitória, citado pelo Expresso, estar “certo de que muito há a melhorar, a construir, a definir e a trabalhar”, manifestando a vontade de que todos saibam “contribuir para afirmar a alternativa política” para Portugal, que é quem verdadeiramente está em crise.
“Não é o CDS que está em crise, é o país que está em crise”, afirmou, segundo o Expresso, para, de seguida, apelar a que o partido “possa finalmente beneficiar de um clima de paz” (sem “querelas internas”).
Adolfo Mesquita Nunes reagiu aos resultados, desdramatizando a derrota, escrevendo na rede social Facebook: “Fiz aquilo que a consciência me ditava: alertar o partido para uma crise de sobrevivência. O Conselho Nacional entendeu de forma distinta. Está no seu mais legítimo direito. Como é evidente, respeito o resultado, assim como a avaliação positiva que o Conselho Nacional faz desta direção e da sua estratégia”, escreveu o antigo secretário de Estado do Turismo, poucos minutos depois de serem revelados os resultados.
Na semana passada, Adolfo Mesquita Nunes, antigo vice-presidente, propôs a realização de um Conselho Nacional para discutir a convocação de um congresso extraordinário ainda este ano, antes das eleições autárquicas para escolher a liderança com o argumento de que esta direção “não conseguirá” resolver “a crise de sobrevivência” do partido. Dias depois anunciou que será candidato a líder caso seja marcado um congresso antecipado.
Em resposta, Francisco Rodrigues dos Santos, que está a meio do mandato, anunciou que iria submeter ao Conselho Nacional uma moção de confiança à sua direção, com o objetivo de “confirmar a legitimidade política” da sua liderança.
Há um ano, no congresso em que foi eleito, a lista de Rodrigues dos Santos ao Conselho Nacional obteve 51,9% dos votos.
No Conselho Nacional de ontem, Francisco Rodrigues dos Santos, deixou uma porta aberta: “Se, a seguir às eleições autárquicas, estiverem na disposição de ponderar a realização de um congresso, saibam que não me oporei a que essa discussão tenha lugar”, disse Rodrigues dos Santos.
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