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OMS considera que nova variante Ómicron pode originar “consequências graves” a nível global

Até ao momento, nenhuma morte relacionada à Ómicron foi relatada, embora ainda sejam necessárias mais investigações e estudos para avaliar o potencial da nova variante reduzir a eficácia da proteção induzida por vacinas e infeções anteriores, segundo um relatório citado pela OMS.
29 Novembro 2021, 11h43

A nova variante Ómicron vai “provavelmente” espalhar-se internacionalmente, quem o diz é a Organização Mundial de Saíde (OMS) que alerta ainda para um risco global “muito alto” de surtos de infeção que podem ter “consequências graves” em algumas regiões, avança a “Reuters”.

A agência da ONU alertou os seus 194 estados-membros a acelerar a vacinação de grupos de alta risco e, em antecipação ao aumento do número de casos, a “garantir que os planos de mitigação estejam em vigor” para manter os serviços de saúde essenciais a funcionar.

“A Ómicron tem um número sem precedentes de mutações de pico, algumas das quais são preocupantes pelo seu impacto potencial na trajetória da pandemia”, disse a OMS. “O risco global relacionado à nova variante é avaliado como muito alto”.

Até ao momento, nenhuma morte relacionada à Ómicron foi relatada, embora ainda sejam necessárias mais investigações e estudos para avaliar o potencial da nova variante reduzir a eficácia da proteção induzida por vacinas e infeções anteriores, segundo um relatório citado pela OMS.

“O aumento dos casos, independentemente de uma mudança na gravidade, pode representar uma sobrelotação dos sistemas de saúde e, consequentemente, levar ao aumento da mortalidade. O impacto sobre as populações mais vulneráveis ​​seria substancial, principalmente em países com baixas taxas de vacinação”, sublinha a OMS.

A variante foi identificada pela primeira vez à OMS a 24 de novembro na África do Sul, com as infeções a aumentarem significativamente. Desde então, espalhou-se pelo mundo, com novos casos encontrados nos Países Baixos, Dinamarca e Austrália, mesmo que estes países tenham avançado com restrições de viagens.

Em Portugal já foram identificados os primeiros casos de infeção pela nova variante, todos ligados ao clube da primeira liga portuguesa, Belenenses SAD. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Doenças Infeciosas afirma que identificou “um lote de 13 amostras positivas associadas a casos de infeção de jogadores do Belenenses SAD, dado que um dos casos positivos terá tido uma viagem recente à África do Sul”.

A OMS, na sua orientação mais recente, reiterou que os países devem usar uma “abordagem baseada no risco para ajustar as medidas de viagens internacionais em tempo útil”.

“A presença de múltiplas mutações da proteína spike no domínio de ligação ao recetor sugere que a Ómicron pode apresentar uma alta probabilidade de escape imunológico da proteção mediada por anticorpos. No entanto, o potencial de escape imunológico da imunidade mediada por células é mais difícil de prever”, diz a entidade-

Merkel afirma que UE deve apoiar pacto pandémico sugerido pela OMS para monitorizar nova variante

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse esta segunda-feira que a OMS necessita de financiamento confiável com mais doações dos estados-membros, com a própria a lançar as base para a negociação de um acordo internacional vinculante sobre a prevenção de pandemias.

Merkel falava aos ministros da saúde da UE no início de uma assembleia especial da OMS, após os 194 estados-membros chegaram a um consenso provisório para negociar um futuro acordo sobre a prevenção de pandemias, diminuindo a lacuna entre os lados liderados pela União Europeia e pelos Estados Unidos, disseram diplomatas no domingo.

“Neste momento, a comunidade global enfrenta a ameaça de uma nova variante altamente transmissível da Covid-19, a Ómicron”, disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, nas conversações de três dias que deverão terminar na quarta-feira com a aprovação do projeto de resolução sobre o lançamento das negociações.

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