Associação Portuguesa para a Mobilidade “está a avançar muito devagar”

A APMobi – Associação Portuguesa para a Mobilidade está a ter dificuldades na sua implementação, sobretudo, pela por não estar a conseguir convencer os motoristas de táxi a aderir ao organismo criado em março com o forte apoio da mytaxi, agora Free Now.

“A APMobi está a avançar muito devagar”, afirmou o diretor geral da Free Now em Portugal, Pedro Pinto, ao Jornal Económico, durante a apresentação oficial da marca que sucedeu à mytaxi, na terça-feira, 2 de julho.

A Free Now (à época mytaxi) é membro-fundadora da APMobi e, por isso, Pedro Pinto revelou que “depois da época alta a APMobi vai ter outro incentivo”. Segundo o responsável, até ao momento os avanços foram pouco significativos, uma vez que o membro de maior peso (a Free Now) no organismo criado há cerca de quatro meses esteve ocupado com o processo de rebranding de mytaxi para Free Now.

“Nós temos de ganhar volume para nos sentarmos à mesa dos grandes”, Pedro Pinto, membro-fundador da AP Mobi e diretor geral da Free Now.

A afirmação surgiu quando Pedro Pinto salientou ao Jornal Económico que, apesar das dificuldades encontradas na adesão dos taxistas, a APMobi tem “vindo a reunir com os grupos parlamentares”. Conclusões? “Há uma uma vontade muito grande em mudar o setor, mas os interlocutores não têm sido os melhores”, respondeu este responsável do setor dos táxis.

Já em novembro de 2018, o CEO da agora Free Now, Eckart Diepenhorst, afirmou ao Jornal Económico que em Portugal “os taxistas fazem um trabalho fantástico, mas estão mal representados”.

Tendo em conta que a atual legislatura está a terminar, Pedro Pinto mostrou não esperar mudanças no setor dos táxi até outubro, quando ocorrem novas eleições legislativas para a Assembleia da República.

Questionado sobre o que está na origem da fraca adesão dos motoristas de taxistas à APMobi, o gestor da Free Now disse “que os motoristas de táxi não são livres, em Portugal”. “É altura dos taxistas se considerarem livres. Estamos numa sociedade livre, para se trabalhar livremente com quem quiser”, acrescentou

Contudo, dada a influência que a Free Now teve na fundação da APMobi, é difícil dissociar a empresa do organismo representativo de parte do setor dos táxis. “Nós não exigimos exclusividade a ninguém, mas também não se permita que seja exigida exclusividade. É isso, por vezes, que impede os motoristas de táxis de se juntar a associações recém-criadas”, prosseguiu.

“Há motoristas que acreditam que para se inscreverem na Free Now têm de integrar também a APMobi, o que não é verdade. E também não é preciso pagar nada”. Pedro Pinto, membro-fundador da APMobi e diretor geral da Free Now.

O diretor geral da Free Now admitiu, contudo:”É difícil desvincularmos uma coisa da outra, embora nós [Free Now] sejamos apenas um membro-fundador”.

Pedro Pinto explicou também que, apesar da contestação e polémica em torno das plataformas TVDE, como a Uber, Bold e Kapten, estas novas empresas e plataformas estão no mercado e num negócio “muito semelhante” ao do táxi. Os taxistas “tem um historial muito maior”, recordou o diretor geral da Free Now, para quem o “táxi é um serviço complementar dentro do ecossistema da mobilidade”.

Foi nesse sentido que sublinhou que a APMobi não é uma associação apenas para defesa e representação dos motoristas de táxi. “A APMobi foi criada para a mobildade e todos os agentes de empresas de mobilidade podem integrá-la”.

APMobi nasceu há quase quatro meses com o propósito de abordar de forma diferente o setor do táxi. Mas tal como o JE noticiou em março, os fundadores do organismo não têm o propósito de se afirmar contra as associações já existentes, como a Antral e a Federação Portuguesa do Táxi.

https://jornaleconomico.pt/noticias/mytaxi-ja-e-free-now-e-cria-servico-low-cost-em-portugal-462490