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Petróleo em máximos de dez meses

Analistas do Citigroup e CEO da Chevron anteveem que o valor do barril atinja os 100 dólares no curto prazo, embora volte a cair até ao final do ano.
19 Setembro 2023, 08h57

O petróleo atingiu máximos dos últimos dez meses no início desta semana e prolonga as subidas esta terça-feira, devido aos cortes na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+). Há analistas – e mesmo o CEO da Chevron, Mike Wirth – que estimam um escalar até aos 100 dólares por barril dentro de pouco tempo.

AIE alerta para défice de petróleo no último trimestre depois de cortes da OPEP+

O preço do barril de petróleo ultrapassou os 95 dólares pela primeira vez desde novembro do ano passado e, por volta das 8h30, esta matéria-prima continuava a subir. É o quarto dia consecutivo desde que a Arábia Saudita e a Rússia reduziram a produção, o que, segundo o “The Guardian”, vai criar “novas dores de cabeça inflacionárias para os banqueiros centrais”.

O preço do ouro negro valoriza esta manhã menos de 1%, mas mantém-se acima dos 90 dólares por barril. A cotação do barril de Brent valoriza 0,55% para os 94,95 dólares, enquanto o preço do WTI, produzido no Texas, soma 0,77% para os 91,28 dólares por barril.

A equipa do economista norte-americano Ed Morse, do Citigroup, prevê mesmo que os preços subam para os 100 dólares por barril no curto prazo devido aos cortes na produção, que foram prolongados até ao fim de 2023, e tensões geopolíticas, embora estes especialistas de matérias-primas acreditam que estes valores tão elevados não são sustentáveis e antecipam uma nova retração até ao final do ano.

“A oferta está a diminuir, os inventários estão a diminuir… As tendências sugerem que certamente estamos no caminho para isso [100 dólares por barril]. Estamos a aproximarmo-nos”, comentou o CEO da Chevron, de acordo com as declarações divulgadas pelo “New York Post”.

Ontem após a abertura de Wall Street, o analista Ramiro Loureiro mencionou que a bolsa de Nova Iorque tinha iniciado a semana em terreno negativo, prolongando o sentimento vivido nas praças europeias, “com as yields de dívida soberana a manterem a tendência positiva, penalizando assim os sectores mais cíclicos”.

“Isto depois da recente tendência de valorização dos preços do petróleo, que atingiu níveis já não vistos desde novembro do ano passado, gerando maiores receios quanto à inflação naquela que é maior economia do mundo”, escreveu o trader do Millennium bcp na research de mercados.

O último relatório mensal da OPEP, publicado na semana passada, concluiu que a produção total de petróleo bruto de 13 membros da organização aumentou 113 mil barris por dia (bpd) em agostos, sendo que cresceu sobretudo no Irão, Nigéria e Iraque, enquanto na Arábia Saudita, Angola e Venezuela diminuiu no mês passado.

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