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Petróleo russo. Vendas e receitas fiscais em máximos

Maioria do petróleo russo destina-se à Ásia, com China e Índia a liderarem as compras.
  • epa09910064 Russian President Vladimir Putin meets with Russian Olympic and Paralympic athletes during a state awards ceremony for Russian medal winners of the Beijing 2022 Olympic Winter Games at the Kremlin in Moscow, Russia, 26 April 2022. EPA/YURI KOCHETKOV
20 Setembro 2023, 10h54

As vendas de petróleo russo via marítima encontram-se em máximos de três meses. As exportações atingiram os 3,34 milhões de barris por dia nas quatro semanas até 17 de setembro, um aumento de 465 mil barris diários face ao período em cadeia.

Petróleo em máximos de dez meses

Com estas vendas, o Kremlin arrecadou mais de 62 milhões de dólares em receitas fiscais no espaço de quatro semanas, o valor mais elevado em oito meses. Por barril, Moscovo tem encaixado cerca de três dólares. O barril russo Urals tem negociado nos 77 dólares, segundo os dados da “Bloomberg”.

Este petróleo tem saído principalmente dos portos bálticos de Primorsk e Ust-Luga, e do de Novorossiysk no Mar Negro.

O aumento das vendas acontece depois de Moscovo ter garantido que iria manter as restrições ao fornecimento até ao final do ano, em sintonia com a Arábia Saudita a sua parceira da OPEP+. Estas restrições ao mercado têm vindo a pressionar os preços do petróleo nos mercados internacionais, que colocaram o preço do petróleo nos 95 dólares esta semana, máximos de 10 meses.  O barril de Brent negoceia hoje nos 93 dólares, menos 1% face a terça-feira.

O barril de petróleo russo Urals tem estado a ser vendido acima do limite imposto pelos países do G7 de 60 dólares. Como parte das sanções ocidentais pela invasão da Ucrânia, este petróleo não pode ser transportado em navios ocidentais, e empresas ocidentais não podem fornecer serviços, nem segurar os navios.

Para combater estas sanções, Moscovo procedeu à criação de uma frota fantasma, navios detidos por empresas pouco conhecidas que têm florescido após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

As vendas estão agora ao nível de fevereiro, mas abaixo dos máximos registado entre abril e junho.

E quem é que está a comprar este petróleo? A Índia tem sido o maior comprador de petróleo russo, tendo recebido 1,8 milhões de barris diários recentemente.

Cerca de 500 mil barris diários destinam-se a Port Said ou Suez no Egipto, ou para o porto de Yeosu na Coreia do Sul. Todas estas cargas terminam habitualmente em portos da Índia ou da China, segundo a “Bloomberg”.

A Turquia é outro dos compradores de petróleo russo. Cerca de 220 mil barris diários destina-se a este país.

Outro bloco de 300 mil barris diários sem destino aparente, acaba por destinar-se ao canal do Suez, mas parte acaba por ficar também na Turquia, aumentando o valor referido anteriormente de 220 mil barris diários. Parte desta carga é também transferida de navio para navio no Mar Mediterrâneo, no mesmo tipo de transferência que já foi feita ao largo da Madeira e Açores.

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