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Presidente da AARAM diz “não querer alimentar” tensão com CMF sobre maratona do Funchal

O evento gerou troca de acusações entre a Câmara do Funchal (CMF) e a Associação de Atletismo da Madeira (AARAM). CMF acusa a AARAM de não ter comunicado a realização do evento atempadamente. AARAM lamentou atrasos burocráticos no licenciamento.
26 Janeiro 2022, 07h45

A maratona do Funchal e a sua organização, evento que se realizou no passado domingo, dia 23 de janeiro, tem gerado troca de acusações entre a Câmara Municipal do Funchal (CMF) e a Associação de Atletismo da Região Autónoma da Madeira (AARAM).

A tensão entre as entidades culminou com as últimas declarações do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, na passada segunda-feira dia 24 de janeiro, o qual garantiu que a CMF não irá “facilitar ou trabalhar mais com pessoas que desrespeitem institucionalmente a autarquia do Funchal, não vamos ter tempo para dialogar com esse tipo de pessoas”, numa clara alusão à AARAM.

O Económico Madeira procurou uma reação a estas últimas declarações de Pedro Calado por parte do presidente da AARAM, Policarpo Gouveia, o qual afirmou que terá uma reação pública apenas depois de uma reunião com a CMF. “Até nos reunirmos, não vamos alimentar mais este assunto”, declarou.

Os atritos terão começado aquando dos atrasos por parte da AARAM na entrega da documentação à CMF para licenciar o evento. Em declarações ao Jornal da Madeira no passado dia 10 de janeiro, o presidente da AARAM, lamentou os atrasos no licenciamento da maratona, resultando no adiamento, por parte da CMF, da apresentação do evento, apresentação esta que estava prevista para decorrer já no dia 11 de janeiro.

Por sua vez, o presidente da CMF, Pedro Calado afirmou que apenas soube do evento através da comunicação social e quis garantir, em declarações feitas no dia 20 de janeiro, que não iria permitir no futuro a realização do tipo de eventos que levem ao “fecho da cidade” durante tantas horas (a duração da maratona foi de sete horas, das 08h00 às 15h00).

Nestas declarações, o autarca lembrou ainda que a autarquia do Funchal tomou conhecimento da realização do evento já depois da organização estar montada e os atletas a serem recebidos no Funchal, sem antes ter sido aguardada a autorização pela CMF e apresentada a documentação para proceder ao licenciamento do evento atempadamente.

Em resposta, Policarpo Gouveia afirmou à comunicação social, em conferência de imprensa na sede da AARAM no dia 21 de janeiro, que “nunca ninguém ficou preso em casa, houve sempre essa preocupação em articulação com a PSP”, garantindo que a associação “está sempre aberta a novas alterações e sugestões”. Nesta conferência de imprensa, o presidente da AARAM disse esperar “ultrapassar os mal-entendidos” que estavam a ocorrer com a CMF na próxima reunião com a autarquia, agendada para a passada sexta-feira, dia 21 de janeiro, mas afirmou que “para alguns distraídos, é importante lembrar que a Madeira não é o centro do universo” e que “falar alto e grosso é sinal que não temos razão”.

Tudo indica que a reunião entre a CMF e a AARAM do dia 21 de janeiro não terá atenuado esta animosidade entre as duas entidades. Na segunda-feira, dia 24 de janeiro, o presidente da CMF, Pedro Calado, acusou a Associação de Atletismo da Região Autónoma da Madeira (AARAM), de “desrespeitar” a autarquia, lembrando novamente que a CMF tomou conhecimento “muito tardiamente” da realização da maratona do Funchal.

O autarca discordou ainda das declarações de Policarpo Gouveia: “Virem publicamente dizer que ninguém ficou retido ou prejudicado pelo encerramento das estradas” demonstra que “estiveram distraídos enquanto a prova decorria, porque foram centenas de pessoas que ficaram privadas de sair de casa”.

Foi nesta última ocasião que Pedro Calado acusou indiretamente a AARAM de “desrespeito” à instituição autárquica.

A maratona do Funchal decorreu no passado domingo, dia 23 de janeiro, e contou com a participação de 1.269 atletas inscritos, sendo que 311 participaram na mini-maratona e 557 na meia-maratona. De entre os participantes, 585 vieram do estrangeiro, correspondente a 46 países.

 

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