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Professor do Técnico ganha bolsa europeia de 2 milhões para continuar a estudar o universo

Vítor Cardoso, que obtém a sua terceira bolsa de investigação europeia, vai tentar responder a novas questões da física usando buracos negros como ferramentas para compreender o Universo.
26 Abril 2022, 14h07

Vítor Cardoso, professor de Física no Instituto Superior Técnico e investigador do Centro de Astrofísica e Gravitação, consegue a sua terceira bolsa do Conselho Europeu de Investigação (European Research Council: a ERC Advanced  no valor de 2 milhões de euros. Em 2010, o investigador obteve uma  Starting Grant, no montante de 1 milhão de euros e em 2015 uma Consolidator Grant, no valor de 1,5 milhões.

Com este novo financiamento, o investigador vai tentar responder a novas questões da física usando buracos negros como ferramentas para compreender o Universo.

“Um buraco negro é algo muito especial. Nós sabemos que a teoria atual prevê que a teoria no interior dos buracos negros falhe. Uma das questões que queremos perceber é como é que a equação matemática que dá origem aos buracos negros que nós vemos afinal falha no interior deles”, de acordo com Vítor Cardoso.

“Os buracos negros possuem uma membrana (a que se chama horizonte de eventos e funciona como uma barreira) de onde nenhuma informação sai. Mas por que motivo é que isso acontece? Apesar da teoria falhar no interior dos buracos negros, nunca vemos essa falha. Mas é uma propriedade fantástica. Temos que certificar-nos que aquilo que chamamos buracos negros existem realmente”, explica.

O primeiro objetivo do projeto Gravitas, que Vítor Cardoso lidera é comprovar que o que se está a observar são efetivamente buracos negros. O segundo, é testar a teoria do Einstein, através da medição e deteção de ondas gravitacionais e procurar falhas. O terceiro é usar os buracos negros como ferramenta para estudar o local do universo onde eles se encontram. “Nós sabemos que a maior parte do universo é feito de matéria que não conhecemos. Nós chamamos a isto matéria escura, mas se os buracos negros estão lá fora e estão em pares a colidir uns com os outros, eles estão de alguma forma a sentir o efeito desta matéria.”

As ERC Advanced Grants destinam-se a financiar investigadores excepcionais em qualquer campo científico, que sejam líderes de equipas com um reconhecido currículo científico. No concurso, cujos resultados foram anunciados esta terça-feira, 26 de abril, foram selecionadas para financiamento 253 das 1735 propostas apresentadas, num investimento total de 624 milhões de euros. Nuno Cardoso Santos, investigador principal da equipa de Sistemas Planetários do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e professor da Faculdade de Ciências da U.Porto, foi igualmente contemplado com uma bolsa Advanced.

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