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Reestruturação da TAP prevê corte de custos com pessoal de 1,4 mil milhões até 2025

Acordos de empresa serão suspensos e salários dos trabalhadores da companhia aérea sofrem cortes de 25% a partir de 900 euros.
  • Getty Images
11 Dezembro 2020, 13h20

O plano de reestruturação da TAP prevê um corte de custos com pessoal de 1,4 mil milhões de euros até 2025, avançou nesta sexta-feira, 11 de dezembro, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, em conferência de imprensa para apresentar os detalhes do documento ontem entregue em Bruxelas, confirmando a notícia avançada pelo Jornal Económico nesta quarta-feira, 9 de dezembro, que deu conta deste montante de poupanças com as medidas laborais.

“As medidas laborais vão permitir poupanças de 1,4 mil milhões de euros até 2025. Se não fizermos este ajustamento, teríamos de injetar na companhia, pelo menos, mais 1,4 mil milhões de euros de dinheiro público” revelou o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, nesta sexta-feira, 11 de dezembro, numa conferência de imprensa para explicar os detalhes do plano, que conta também com a presença do secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz. Documento identificou, segundo o governante, 2.000 trabalhadores que não são necessários para a operação da companhia, pelo menos, entre 2021 e 2022, devido â redução drástica da procura provocada pela pandemia. E prevê cortes salariais progressivos até 25%.

A redução de custos com pessoal será de 1,4 mil milhões de euros nos próximos cinco anos, incluindo os relativos a encargos previstos nos acordos de empresa, que serão suspensos, estando em causa perdas de regalias, dias de folga e a evolução nas carreiras.

Pedro Nuno Santos dá conta que foram apresentados aos sindicatos um conjunto de medidas de saídas voluntárias que “permite reduzir o corte de 2.000 pessoas”. Em causa estão, diz, rescisões por mútuo acordo, trabalho a part-time, licenças sem vencimento e reformas antecipadas. “São alternativas a uma solução mais agressiva que é o despedimento”, explica.

O governante não esconde que este “é um processo duro, de difícil gestão política, com os sindicatos e até com a Comissão Europeia”, realçando que seria “desastroso para a economia portuguesa perdermos a TAP”.

O Governo esteve reunido em Conselho de Ministros extraordinário na noite de terça-feira, para apreciar o plano de reestruturação da TAP, que foi entregue em Bruxelas nesta quinta-feira, 10 de dezembro. Antes disso, o ministro das Infraestruturas apresentou o plano aos vários grupos parlamentares, em reuniões que decorrem à porta fechada.

Após a entrega à Comissão Europeia, o Governo está a fazer hoje uma apresentação pública do plano de reestruturação, condição dada por Bruxelas para aprovar o auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à companhia aérea.

O plano de reestruturação prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine e 750 trabalhadores de terra, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia.

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