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Vacina da Johnson & Johnson aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (com áudio)

Vacina da Johnson & Johnson é administrada numa única dose e não precisa de temperaturas muito baixas para ser transportada ou armazenada, diferenciando-se das vacinas já aprovadas pelo regulador. A Agência Europeia do Medicamento aprovou hoje a vacina da Johnson & Johnson com a quarta a ser usada contra o vírus na União Europeia.
  • Pavlo Gonchar–SOPA Images/LightRocket/Getty Images
11 Março 2021, 13h18

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou esta quinta-feira a autorização da vacina produzida pela Johnson & Johnson para maiores de 18 anos, a partir da sua unidade farmacêutica europeia Jassen Pharmaceutical, na União Europeia. Os especialistas do regulador europeu reuniram-se hoje para decidir a utilização desta vacina no território europeu, depois dos EUA a terem aprovado no início do mês.

A vacina produzida pela subsidiária europeia da Johnson & Johnson é administrada numa única dose, e mostrou uma taxa de eficácia de 66% contra as múltiplas variantes que se encontram em circulação no mundo, sendo que a taxa geral se fixou em 85%. A decisão da EMA é esperada desde o início do março, sendo que esta é a quarta vacina a ser aprovada pela entidade.

O Comité de Medicamentos Humanos da EMA (CHMP) concluiu que os dados apresentados pela farmacêutica eram robustos e cumpriam os critérios de eficácia, segurança e qualidade. “Com esta última opinião positiva, as autoridades da União Europeia terão outra opção para combater a pandemia e proteger as vidas e a saúde de seus cidadãos”, disse Emer Cooke, diretora-executiva da EMA, em comunicado. Cooke evidenciou ainda o facto desta vacina ser administrada numa única dose.

Apesar da toma única ser o principal factor diferenciador, a vacina da Johnson & Johnson exige uma menor capacidade de frio para o transporte e armazenamento, enquanto as restantes vacinas já aprovadas para o bloco têm de ser transportadas e guardadas a baixas temperaturas.

Segundo o regulador, os efeitos colaterais desta vacina “eram geralmente leves ou moderados” e que melhoravam alguns dias depois da vacinação. Os sintomas mais comuns após a toma da vacina era dor no local da injeção, dores de cabeça, cansaço, dores musculares e náuseas.

A vacina produzida pela Janssen é classificada como uma vacina de vector viral, sendo que os investigadores da farmacêutica utilizaram um vector viral (adenovírus) e trocaram uma parte dos seus genes com os genes da proteína spike do SARS-CoV-2. Quando o adenovírus modificado, este entra nas células que vão ler as instruções genéticas para produzir a proteína necessária.

A vacina da Johnson & Johnson utiliza o mesmo método de proteção que a vacina produzida pela AstraZeneca. O adenovírus não se consegue reproduzir nas células humanas nem causa a doença, uma vez que a proteína spike não pode provocar a Covid-19 se o resto do coronavírus. A Johnson & Johnson já tinha utilizado este método para a criação da sua vacina contra o vírus da Ébola, provando ser eficaz.

Está previsto que Portugal receba um total de 4,5 milhões de vacinas produzidas pela subsidiária farmacêutica, que irão ficando disponíveis ao longo do ano, sendo que para o segundo trimestre é esperada a chegada de 1,25 milhões de doses.

Até ao momento, o regulador dos medicamentos europeu aprovou as vacinas da BioNTech/Pfizer a 21 de dezembro, da Moderna a 6 de janeiro e da AstraZeneca a 29 de janeiro. Sabe-se ainda que a EMA está a analisar a eficácia, segurança e qualidade da vacina russa contra a Covid-19, Sputnik V, tendo já gerado críticas na Rússia devido aos atrasos na aprovação e acusado a agência de falta de transparência depois desta dizer ao bloco para não aprovarem a vacina.

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